TRILOGIA BATMAN
Já abordamos no post sobre o
anúncio da Marvel Studios em possuir projetos até 2028, que no final dos anos
80 e primeira metade dos anos 90, foram lançados 4 adaptações para o cinema sobre
o Batman. Os dois primeiros, de Tim Burton, dando um tom bem sombrio, comum em
seus trabalhos, e bem aceito pela crítica; e os dois últimos por Joel
Schumacher, que deu um tom mais cômico e colorido aos filmes, não agradando
muito os fãs e produtores que decidiram então encerrar por aí as produções dos
filmes do homem-morcego.
Para que a franquia voltasse, algo novo deveria ser feito, algo que fosse diferente do estilo sombrio de Burton ou exagerado de Schumacher. Christopher Nolan, juntamente com o roteirista David S. Goyer então trouxeram uma visão mais realista sobre a origem e história de Batman que, com uma baixa expectativa (uma vez que todos possuiam na lembrança o péssimo Batman & Robin), veio mais uma ótima surpresa para o público e crítica, entrando para a história do cinema como uma das mais bem feitas adaptações de herói em quadrinhos, passando a ser conhecida como: A TRILOGIA BATMAN, de Nolan.
Para que a franquia voltasse, algo novo deveria ser feito, algo que fosse diferente do estilo sombrio de Burton ou exagerado de Schumacher. Christopher Nolan, juntamente com o roteirista David S. Goyer então trouxeram uma visão mais realista sobre a origem e história de Batman que, com uma baixa expectativa (uma vez que todos possuiam na lembrança o péssimo Batman & Robin), veio mais uma ótima surpresa para o público e crítica, entrando para a história do cinema como uma das mais bem feitas adaptações de herói em quadrinhos, passando a ser conhecida como: A TRILOGIA BATMAN, de Nolan.
Trilogia Batman, de Nolan |
Vamos falar um pouco sobre cada um desses filmes, lembrando que não iremos fazer uma analise completa sobre eles, mas sim apenas relembrar alguns pontos importantes. Quaisquer outros fatos e características não abordados aqui podem ser discutidos nos comentários. Vamos lá...
BATMAN BEGINS
Enquanto que em outros filmes o
Batman já aparece na ativa e seu passado é mostrado apenas em rápidos flashs; em
Batman Begins, de 2005, o foco principal é justamente mostrar os passos que o
levaram a vestir o uniforme do morcego e se estabilizar como o vigilante de Gotham
City. A história de como Bruce Wayne (Cristian Bale) se torna Batman, já
contada inúmeras vezes, recebe um reforço criativo e explicações convincentes
para tudo o que irá cercá-lo, conferindo um peso de realidade ao filme. Vemos
novamente o jovem Wayne presenciando o assassinato de seus pais, contando
apenas com o mordomo e amigo Alfred (Michael Caine) para tomar conta do menino,
que passa a alimentar um sentimento de vingança. Sentimento este que só não foi
convertido em um ato extremo, anos mais tarde, por um ato externo,
fazendo-o refletir sobre o que ia fazer, e assim o herdeiro resolver
“desaparecer” viajando pelo mundo, em uma jornada para treinar,
se fortalecer e encontrar maneiras que o permitam combater criminosos e as
injustiças.
BATMAN BEGINS - 2005 |
Durante sua busca, Wayne se
depara com Ducard (Liam Neeson) e a liga das sombras, liderada por Ra's al ghul,
que o treina de várias maneiras, o fazendo aprender a usar a furtividade, as sombras e o medo para vencer os inimigos. Após uma reviravolta a respeito do
papel que haviam estipulado para ele na liga (ajudar a destruir Gotham City), Wayne se volta contra o grupo e
volta para Gotham.
Wayne durante o treinamento com Ducard |
Aí percebemos que já se passou
uma boa parte da projeção, e nada de aparecer Wayne como Batman, mas esse é um ponto
importante, pois não sentimos impaciência por isso, já que a história do treinamento e
lições de Wayne, juntamente com Flashbacks que mostram, não só os
acontecimentos trágicos, mas também a ótima relação que ele tinha com seu pai, preenchem de uma maneira bastante satisfatória esse primeiro ato do filme. E é
isso que torna o filme rico: o enredo e a construção dos personagens que foram
muito bem escolhidos e interpretados.
Alfred Pennyworth e Bruce Wayne |
Bale mostra segurança ao encarnar
o personagem, além de apresentar densidade dramática em momentos certos; Caine
é brilhante apresentando o cuidado e dedicação que Alfred tem por seu patrão,
que atinge níveis paternais; Neeson encaixa perfeitamente no papel de mentor,
dando grande força ao personagem, principalmente nas revelações do ato final.
Gary Oldman aparece como, o então, sargento Gordon, um dos poucos não corruptos
em uma cidade praticamente “condenada” e que virá a se tornar um dos principais aliados de Batman. Morgan Freeman interpreta Lucius Fox, responsável por
fornece a Bruce o equipamento necessário para ele realizar as missões como
Batman, mesmo que de uma forma indireta; e outras ótimas atuações como a de
Katie Holmes (Rachel), Cillian Murphy (Dr. Jonathan Crane/ Espantalho) e Rutger Hauer (Earle) enriquecem o filme.
Lucius Fox, apresentando alguns equipamentos a Wayne |
Aos poucos, Bruce Wayne vai
usando o que aprendeu em todos esses anos de treinamento, como usar o seu medo
por morcegos a seu favor, fazendo com que seus adversários “compartilhem” desse
medo ao confrontá-lo vestido dessa forma. Mostrando os primeiros atos de Batman
em Gotham City, cuja inspiração veio claramente do excelente arco de histórias
em quadrinhos Batman: Ano um, de Frank Miller, lançado em 1987.
Gary Oldman interpretando o Sargento Gordon, bem mais participativo na trama |
Nolan estabelece esse cenário mais realista em Gotham e nas ações do Batman, apresentando todos os planos e formas de como ele realiza suas proezas. Assim trouxe de
volta o respeito que Batman merecia nos cinemas, com um ótimo roteiro e
excelentes atuações. E por falar em atuações, uma das melhores da franquia
viria em sua continuação...
O CAVALEIRO DAS TREVAS (The Dark
Knight)
Uma das críticas que Batman
Begins recebeu, antes de seu lançamento, foi a ter escolhido um vilão não muito
conhecido do grande público. Muitos queriam que o Coringa fosse o vilão do
filme, e não Ra's al ghul.
Porém, após assistir o filme, constatamos que a melhor escolha de Nolan foi
justamente não colocar o Coringa em um filme que iria apresentar o Batman,
deixando com que o herói tivesse todo o espaço para apresentar sua personalidade,
motivações e conflitos. E ao assistirmos a O Cavaleiro das Trevas, percebemos
que o acerto foi maior ainda, pois agora, com o Batman já apresentado, temos
todo um filme para mostrar um dos melhores vilões da história do cinema: O
Coringa de Heath Ledger.
O CAVALEIRO DAS TREVAS - 2008 |
A excelente atuação de Ledger, que
encarnou mesmo o personagem, o diferenciando de todas as atuações feitas até então - até mesmo do Coringa de Jack Nicholson que muitos consideravam o definitivo - surpreendeu
a todos, tamanha era sua dedicação até nos mínimos detalhes criados, como o de
fazer uma voz bem característica, não olhar diretamente para suas vítimas ao matá-los
e até de ter a “mania” de passar a língua no canto dos lábios, fazendo uma
referencia ao “tique” que temos ao possuirmos uma ferida na boca.
Um dos melhores diálogos do filme |
Esse brilhante desempenho, somada
a de todo o restante do ótimo elenco, com a adição de Maggie Gyllenhaal (Rachel) e Aaron Eckhart (Harvey Dent), fez com que esse fosse considerado, não só o
melhor filme da trilogia, mas também o melhor filme de super-herói de
quadrinhos de todos os tempos. Todos os elementos psicológicos e filosóficos presentes em Batman Begins, assim como o realismo em todos os acontecimentos,
foram trazidos novamente por Nolan em uma escala ainda maior nesta continuação,
proporcionando um mix de ação e reflexão, acompanhando todo o caos causado pelo
Coringa, em Gotham, que tinha por objetivo mostrar que todos podem ser corrompidos, inclusive os mais nobres defensores da
cidade.
Coringa, Batman e Harvey Dent |
O Cavaleiro das Trevas foi tão
bem aceito pela crítica que recebeu 8 indicações ao Oscar, tornando-se o filme
baseado em quadrinhos com maior número de indicações na história do Oscar,
ultrapassando Dick Tracy (1990), que recebeu 7 indicações. Conseguiu vencer
dois: o de Melhor edição de som, e a premiação póstuma de Heath Ledger, como
melhor ator coadjuvante, um ano após sua morte.
E mesmo com todos os elogios e
sucesso de público e crítica, nada da indicação de melhor diretor para Nolan.
O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE (The Dark Knight Rises)
Com a morte prematura de Ledger,
optou-se por não trazer o personagem Coringa para o terceiro filme, com outro ator, sendo assim
Nolan retorna com a trama da Liga das Sombras e seu plano para destruir Gotham
City. Esse filme fecha a trilogia de forma satisfatória, trazendo todos os
conceitos apresentados nos dois filmes anteriores, como o foco nos personagens,
cenas de ação intensas, além do tema de superação e um final digno ao personagem e à
trama. O filme se passa 8 anos após os eventos de O Cavaleiro das trevas, tempo
esse em que Bruce Wayne não mais atuou como Batman, porém uma nova ameaça
através do vilão Bane e o retorno da liga das sombras que, novamente pretende destruir Gotham, fazem com que Wayne volte
à ativa para combatê-los.
O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE - 2012 |
O elenco contou com a adição de
Tom Hardy (Bane), Joseph Gordon-Levitt (Blake), Marion Cotillard (Miranda) e
Anne Hathaway (Selina / Mulher-gato), que mantêm o alto nível de atuação e
interesse pelos personagens apresentados ao longo da saga.
Personagens marcantes do terceiro filme |
O filme se desenrola de forma
linear, mostrando a volta de Wayne, mesmo ainda fora da forma física ideal depois de tantos anos inativo, também a sua nova “queda” pelas mãos de Bane e, o ponto
principal, sua superação e ressurgimento para a luta definitiva por Gotham. O filme também trás de volta
vários elementos e referências aos outros filmes, principalmente ao primeiro,
agradando aos fãs que acompanharam esse retorno brilhante e digno de
Batman ao cinema, através do excelente trabalho de Nolan.
Nolan elevou o nível dos filmes baseados em heróis em quadrinhos |
Fazendo uma análise, constatamos que com Amnésia, O Grande Truque e O Cavaleiro das Trevas, Christopher Nolan apresentou grandiosas demonstrações de sua competência como roteirista e diretor. E o fato de nunca ter recebido uma indicação sequer da Academia, ao prêmio de Melhor Diretor chamou bastante atenção. E isso ficou mais evidente em 2010 quando mais uma ótima direção de Nolan novamente foi ignorado pela academia, só que agora em um trabalho que foi indicado ao prêmio de Melhor Filme...
... continua
~Marcivaldo Lira
Gosto das reflexões que você traz com esses posts. Mais uma vez, não vi nenhum dos filmes citados, tampouco conheço suas histórias. Mas o jeito como você escreveu, tudo bem detalhadinho, do início ao fim, desperta o interesse do leitor pelas obras em questão (bom, pelo menos o meu interesse).
ResponderExcluirEstá um pouquinho longo? Sim, está... :-p Mas a gente nem percebe muito, porque vai lendo e lendo e lendo... Rs. Esse Nolan, pelo que você nos conta, é mesmo fera, né? Espero que tenha sorte com os próximos filmes, e seu talento possa ser reconhecido de uma vez por todas, né? Mas eu o reconhecerei apenas após assistir aos títulos mencionados nos seus posts... Vamos ver se ele é isso tudo mesmo! xD
Gostei do "...continua". Quero conhecer mais, então trate de postar assim que der. ;-)
Beijos, nerd.
Obrigado pelos elogios ao texto. Os filmes do Nolan são ótimos, e ele já se consolidou como uma dos melhores diretores da atualidade, ganhando muitos elogios e prêmios... parece que só o pessoal da Academia do Oscar que não acha, hehe. Ainda falta um filme muito importante, por isso o "continua...", hehe. Vamos ver se não demoramos a escrever sobre ^^
ExcluirBeijos minha amiga. Valeu pelo apoio de sempre ;)