VOCÊ SABIA? Improvisos em cenas clássicas do cinema

Muitos filmes de sucesso possuem excelentes roteiros, que procuram sempre encaixar, em uma seqüência estabelecida, o desenrolar de todas as cenas. Mas, algumas vezes algo foge do que está no roteiro, seja por um acidente, ou porque o ator decidiu acrescentar algo por conta própria. A maioria dos diretores optam por deixar isso como um “extra” nos “erros de gravação”, interrompendo a sequência. Porém alguns conseguem perceber que tal improviso enriquece a cena pela forma oportuna com que é conduzida, mantendo a cena em movimento e mantendo na edição final.


Faremos uma pequena lista com alguns destes grandes momentos que entraram para a história do cinema, mas que foram feitas com algum tipo de improviso por parte dos atores. Vamos a elas:

FILME: Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the lost Ark)
Improviso: Durante as gravações na Tunísia, locação das cenas em que os nazistas escavam as areias africanas em busca da Arca dos mandamentos, problemas como altas temperaturas, mosquitos e uma disenteria atacaram quase toda a equipe de filmagem, o que acabou modificando uma cena em particular na qual Harrison Ford deveria realizar uma luta de espadas e chicote com um bandido. Como Ford estava sem energia para rodar a tal cena, já que esteve bem doente no dia anterior, conversou com o diretor Steven Spielberg e sugeriu: “Steven, por que eu simplesmente não dou um tiro nele?”. Spielberg não só aceitou a sugestão, como esta acabou se tornando uma das cenas mais cômicas do filme.


FILME: O PODEROSO CHEFÃO (The Godfather)
Improviso: Na cena inicial, onde já somos apresentados a Don Corleone (Marlon Brando) e todo o poder e respeito que ele possui, um detalhe a mais chama a atenção por mostrar que um dos grandes chefe da máfia também tem um lado mais humano e até protetor por aparecer fazendo carinho em um gato. Lado este que vai se mostrando ao longo do filme, pela preocupação e dedicação de Corleone por sua família. O detalhe é que gato Não deveria estar lá nesta cena. Uns dizem que Coppola colocou o gato no set, outros que Marlon Brando simplesmente o achou por lá e decidiu rodar a cena com o bichano no colo, o que foi feito imediatamente por Coppola ao ver o improviso do ator. Seja como for, este improviso acabou se tornando um dos detalhes mais marcantes da seqüência inicial do filme.


FILME: BATMAN – O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight)
Improviso: A cena em que o Coringa (Heath Ledger), vestido de enfermeira, começa a explodir o hospital, deveria seguir apenas com ele se dirigindo até o ônibus e saindo de lá. Porém Ledger, totalmente "incorporado" no personagem, resolve dar uma paradinha quando vê que as explosões deram uma pausa, com uma expressão de “Ué? Parou?”, inclusive analisando o detonador como se o mesmo tivesse falhado, mesmo o ator logicamente sabendo da tal pausa, acrescentando um aspecto cômico à cena tensa.


FILME – Star Wars Episodio V: O Império Contra-ataca (Episode V: The Empire strikes back)
Improviso: Capturados por Darth Vader, e Han Solo (Harrison Ford) levado para ser congelado em carbonita, a princesa Leia (Carrie Fisher) vai até ele e o beija. Após isso, Leia se declara dizendo “Eu te amo”. De acordo com o roteiro, Han Solo deveria responder “eu também te amo”, porém o diretor George Lucas não gostou de como a cena estava ficando, como se não fizesse sentido, mesmo os personagens realmente estarem apaixonados. Lucas estão deixa a cargo de Ford responder como quisesse, assim quando Leia diz “Eu te amo”, Solo simplesmente responde: “Eu sei”, entendendo totalmente o estilo do personagem e imaginando que seria exatamente isso que este falaria. Esse improviso ficou no filme e agradou tanto, que Leia “dá o troco” no Episódio VI respondendo da mesma forma quando Solo finalmente se declara a ela.


FILME: BLADE RUNNER - O caçador de andróides (Blade Runner)
Improviso: Perto do final do filme e após uma perseguição do replicante Roy (Rutger Hauger) ao blade runner Deckard (novamente Harrison Ford), o então vilão Roy surpreende decidindo salvar Deckard, talvez por entender a importância da vida de quem tem chance de aproveita-la. Vale lembrar que por ser um replicante, Roy possuía habilidades incríveis, porém tinha um tempo de vida muito curto e estava perto do fim, o que fez justamente ele cometer inúmeros crimes, inclusive matar seu criador, em busca de mais tempo de vida. Roy então inicia um excelente monólogo, falando de coisas incríveis que presenciou, e que no roteiro encerrava com “...todos aqueles momentos serão perdidos no tempo”, morrendo em seguida. Porém, Hauger decidiu enriquecer mais ainda o ótimo texto acrescentando um ultima frase oportuna e significativa, transformando o fim do diálogo em “Todos aqueles momentos serão perdidos no tempo, como... lágrimas na chuva”. Simples, curto, mas pra mim um dos melhores improvisos do cinema.


Todas cenas marcantes, conhecidas por muito que não desconfiavam que não estavam no roteiro, e que mostram que ótimos atores podem contribuir bem mais em seus filmes quando dão oportunidades. 

E vocês? conhecem outras cenas clássicas que foram frutos de improvisos?

Você sabia?

Veja mais em:
Improvisos em senas clássicas do cinema (Parte 2)

- Improvisos em cenas clássicas do cinema (Parte 3)


~Marcivaldo Lira

Comentários

  1. Não assisti a nenhum, por isso não posso comentar muito a respeito, mas é curioso e interessante como nem tudo ocorre como o esperado, inclusive no cinema! Boas cenas, essas, e parece mesmo que, se fossem realizadas da maneira prevista, não teriam muita graça... Gostei do texto, Marci, e do assunto também. Quero a parte 2 logo, tá? ;) Beijos, meu amigo.

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    1. É uma pena que não tenhas assistido nenhum destes filmes mencionados =/ Recomendo que os assista, são muito bons. Abraços minha amiga

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