VOCÊ SABIA? Improvisos em cenas clássicas do cinema (Parte 2).

Ótimos filmes nascem de bons roteiros, excelente atuações e uma produção consistente. Só que ás vezes, cabe uma pitada de improviso para dar aquele toque a mais em determinadas cenas que ninguém havia pensado antes mas que se encaixam muito bem à cena em questão, tornando-a marcante e lembrada bastante por muito tempo.


Escrevemos a parte 1 desta lista em: Cenas Clássicas que possuem improvisos, e agora iremos relembrar, ou conhecer, outras cenas de ótimos filmes, que não estavam no roteiro, mas que se tornaram especiais e marcantes devido a belos improvisos. Vamos lá:

FILME: O Resgate do Soldado Ryan (Saving private Ryan)
Improviso: Neste excelente filme, dirigido por Steven Spielberg, houve um breve encontro entre Tom Hanks e Matt Damon, mas que foi marcante no longa. Enquanto o personagem de Hanks permanecia tenso por saber que algo de muito ruim poderia estar para acontecer, Ryan (Damon) começa a contar sobre seus irmãos e uma história deles com uma garota em um bar nos EUA, se divertindo enquanto se lembrava da história. Pois bem, essa história não estava no roteiro, Damon improvisou tudo, enquanto Hanks não saiu da tensão de seu personagem, mesmo Ryan praticamente gargalhando. Tudo isso agradou bastante a Spielberg que manteve a cena no filme.



FILME: Amor a toda Prova (Crazy, Stupid, Love)
Improviso: Este filme não é lá um clássico, na verdade é recente, de 2011, mas vale entrar na lista por uma cena em particular onde o ator Ryan Gosling revela sua “Grande Jogada” à personagem Hannah (Emma Stone), totalmente diferente do que tava no roteiro. Na hora da filmagem, o ator se recordou da época em que saia pra dançar com amigos e, após beber muito, sempre acabava tentando repetir a cena de dança do filme Dirty Dancing – Ritmo Quente, e decidiu usar esta como sendo a sua “grande jogada”. Stone entrou no improviso e a cena segue realmente com os atores repetindo o movimento do filme de 1987.


FILME: O silêncio dos inocentes (The silence of the Lambs)
Improviso: Mais um exemplo de que mesmo um rápido improviso pode tornar uma boa cena em uma cena marcante. Neste trecho, Anthony Hopkins, interpretando o canibal Hannibal Lecter, conta para Clarice (Jodie Foster) um de seus casos de canibalismo, e seguiu o roteiro exatamente como estava, de uma forma bastante tensa. O improviso veio ao final da fala: “Uma vez, um recenseador tentou me testar. Eu comi seu fígado com favas e um bom Chianti”, onde Hopkins faz um som assustador que representou a frieza e satisfação do personagem ao fazer tal ato, e que pegou todos na gravação de surpresa em um pequeno susto. O curioso é que muitas vezes em que converso com meus amigos e lembramos do filme, o que vem à mente é justamente este som nesta cena, mesmo que não lembrássemos do texto em que ele foi inserido pelo ator. Realmente um improviso que marcou (e assustou).


FILME: Laranja Mecânica (A Clockwork Orange)
Improviso: Dentre várias cenas perturbadoras e geniais deste ótimo filme, podemos destacar a invasão do grupo de bandidos à casa de um casal que é terrivelmente agredido por estes, onde temos um grande e significativo improviso. O diretor Stanley Kubrick filmou várias vezes a sequência, mas achou que faltava algo, não atingindo o resultado que ele queria. Então permitiu ao ator Malcolm Macdowell fazer o que achasse necessário para acrescentar algo à cena. Então, o ator simplesmente decide fazer a terrível e angustiante cena, cantando e dançando a música tema do filme Cantando na Chuva. O que poderia ter deixar a cena cômica, deu mais tensão pelo contraste e forma inusitada como o personagem ridicularizava tais atos de violência. Kubrick gostou tanto de como a cena havia ficado que imediatamente tratou de obter os direitos da canção, para que a cena pudesse estar no filme.


FILME: Perdidos na Noite (Midnight Cowboy)
Improviso: Este é demais! Durante a gravação em que Dustin Hoffman e Jon Voight andam e conversam pelas ruas, a equipe de produção colocou avisos de filmagens para que carros não entrassem em cena, só que um taxista ignorou estes avisos e quase atropelou os atores. O que era pra ser uma situação de mal-estar e corte da cena, foi contornada por Hoffman, que brilhantemente improvisou como se aquilo tivesse acontecido ao personagem, gritando com o motorista: “Hey, eu estou andando aqui”, discutindo e... continuando a cena em seguida. Ótimo improviso que, lógico, não estava no roteiro, e entrou para o filme.


A lista é grande, e diversos outros improvisos podem ser lembrados e citados, mas por enquanto ficamos por aqui. Até a próxima, com a parte 3 de nossa lista.



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