VOCÊ SABIA? Improvisos em cenas clássicas do cinema (Parte 4).


E chegamos à 4ª parte dessa série sobre os grandes improvisos no cinema. Lembrando que as cenas selecionadas são aquelas que não constavam no roteiro, mas que o ator ou atriz contribuíram com falas ou ações inesperadas, pensadas na hora ou pouco antes, pegando a todos de surpresa e agradando aos diretores que decidiram mantê-las na edição final dos filmes. Vamos a mais uma lista:



FILME: TAXI DRIVER
Filme de 1976, de Martin Scorsese, nos presenteia com uma grande atuação de Robert De Niro que interpreta o veterano de guerra Travis, que a todo momento se sente incomodado e até mesmo perturbado e revoltado com as misérias, violência e péssima situação da cidade, chegando a perder a noção das coisas e a não saber ao certo o que fazer da vida, seja em atitudes corretas ou não. Apenas queria algum propósito.
Improviso: Dentre os vários momentos do filme, uma cena em especial se tornou clássica e poucos sabem que se trata de um improviso de De Niro. Na cena, o roteiro apenas dizia que Travis deveria se olhar no espelho e testar a arma que havia escondido na roupa. Porém, De Niro foi mais além e passou a conversar consigo mesmo, simulando situações em que poderia sacar a arma, juntamente com a célebre frase “You talkin’ to me?” (“Você está falando comigo?"). 

Cena de Taxi Driver

FILME: UMA LINDA MULHER (Pretty Woman)
Neste filme de 1990 que emocionou uma geração e lançou definitivamente Julia Roberts como a queridinha de Hollywood temos um momento rápido de improviso seguido de uma reação extremamente espontânea, que muitos consideram como o momento em que Julia ganhou a admiração do público e crítica.
ImprovisoNa cena, Edward Lewis (Richard Gere) dá um belo colar a Vivian (Julia Roberts) de presente. A cena era simples, ele mostrava o colar e ela ficava admirada, curiosa e tocava na joia. Só que Gere resolveu improvisar uma brincadeira fechando a caixa na mão de Julia, dando um susto nela, e qual a reação? Uma linda risada totalmente espontânea e encantadora que fez todos rirem no estúdio. E o que poderia ter se tornado apenas uma cena de extra, acabou ficando no filme, pois o diretor Garry Marshall adorou a naturalidade da situação que se encaixava no perfil dos personagens. 



FILME: ROBOCOP
Indo para a década de 80, temos o ótimo filme Robocop (1987) de Paul Verhoeven (aliás, vejam o post a respeito das duas versões em: Reviver, Remake e Robocop). Esse é um caso de improviso decidido pouco antes de começar a gravar. O vilão Clarence Boddicker (Kurtwood Smith), após ser capturado por Robocop (Peter Weller), é levado para a delegacia bastante ferido. 
Improviso: Ao ser fichado, Boddicker simplesmente cospe sangue nos papeis do sargento, exigindo em seguida: “Me dê minha maldita ligação!”. A cena é forte, e o cuspe de sangue foi decidida minutos antes de gravar, por Verhoven e Smith, mas não foi comunicado ao restante do elenco em cena. Esse improviso forçado causou uma reação de espanto e nojo legítimos entre os presentes deixando a cena bem melhor.


FILME: TUBARÃO (Jaws)
Mais um filme clássico, agora de 1975, dirigido por Steven Spielberg. Na pequena cidade costeira de Amity, banhistas são vítimas de ataques violentos de um enorme tubarão branco. Para detê-lo, o xerife Brody (Roy Scheider), juntamente com um ictiologista (Richard Dreyfuss) e o pescador experiente Quint (Robert Shaw), saem para caçá-lo. 
Improviso: O improviso acontece quando Brody visualiza o tubarão bem de perto pela primeira vez, ficando impressionado pelo seu tamanho. A cena consistia apenas no policial voltar devagar para dentro do barco, mostrando que estava assustado com o que havia visto, porém Scheider improvisa dizendo ao capitão “Você vai precisar de um barco maior”, o que se tornou uma das principais e mais lembradas falas do filme.

Cena de Tubarão

FILME: O CAVALEIRO DAS TREVAS (The Dark Knight)
No primeiro post sobre improvisos no cinema já havíamos citado uma cena deste excelente filme, de 2008, de Christopher Nolan, na qual Heather Ledger improvisa uma reação de surpresa do Coringa devida a uma pausa na seqüência de explosão do hospital. Agora temos uma nova reação improvisada do Coringa, graças a este ótimo ator que se foi muito cedo... 
Improviso: Ao ser preso no meio do filme, o Coringa deveria ficar quieto em sua cela, apenas os encarando com um olhar assustador, enquanto os diálogos aconteciam com outros personagens. E assim foi feito, até a hora em que o prefeito Garcia (Nestor Carbonell), após saber mais sobre a prisão do vilão, anuncia a promoção de Jim Gordon (Gary Oldman) para o cargo de Comissário. Nessa hora os policiais começam a aplaudir e a cena terminaria aí, porém, Ledger também começa a aplaudir forte e lentamente sem mudar a sua expressão, e chamando a atenção de todos em cena que o olham surpresos. Um simples improviso, sem nenhuma fala, mas que enriqueceu a cena e mostrou mais sobre o personagem e o momento do filme.





Comentários

  1. Adorei ver as cenas e saber sobre elas. Esse negócio de improviso é pra quem pode, rs. Muito bem feito em cada um desses filmes, principalmente no último, O Cavaleiro das Trevas, que ainda não vi, mas um dia verei, rs. Parabéns pelo post, Marci! Bom texto e exemplos! ;-) Beijos, meu amigo.

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  2. faltou so a cena do al pacino em advogado do diabo qdo ele entra no elevador

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